Princípios Essenciais do Anglicanismo


Bíblia Sagrada - Acreditamos que as Sagradas Escrituras contêm toda revelação necessária para que a humanidade alcance vida plena. Toda nossa doutrina e liturgia sustentam-se na Bíblia Sagrada.

Os Credos Apostólicos - Niceno-Constantinopolitano e Atanasiano - Escritos no tempo da Igreja católica indivisa constituem a Confissão Normativa da fé católica que preservamos ainda hoje.

Os Sacramentos - A Igreja Anglicana Tradicional no Brasil é uma igreja sacramental. Professamos o Santo Batismo e a Santa Eucaristia como legítimos sacramentos diretamente ordenados por Cristo e instrumentos da graça salvífica de Deus, denominados de Sacramentos do Evangelho ou Sacramentos Maiores.
Também professamos os demais sacramentos, chamados de Sacramentos da Graça ou Sacramentos Menores: Confirmação, Penitência, Unção dos Enfermos, Ordem e Matrimônio.

Episcopado histórico - Professamos que a autoridade transmitida por Cristo aos Apóstolos e esses aos seus sucessores (incluindo nossos bispos) é, ao mesmo tempo, garantia e expressão da catolicidade e apostolicidade da Igreja.

Breve resumo sobre o Anglicanismo
O cristianismo chegou às ilhas britânicas no final do primeiro século, levado por cristãos que fugiam das perseguições. Ali, a Igreja Cristã foi estabelecida inicialmente entre os celtas que enviaram três bispos ao Concílio de Arless, em 314 d.C. Em 596, o Bispo de Roma, São Gregório Magno, enviou missionários para evangelizar o sudeste da Grã-Bretanha, região conhecida por Kent, onde habitavam os anglo-saxões. Essa missão foi liderada pelo Arcebispo Agostinho, que estabeleceu em Cantuária as primeiras comunidades subordinadas à Sé de Roma.

A partir de então houve um gradativo processo de avanço da Igreja de Roma nos territórios celtas até que em 664 a Igreja Celta submeteu-se ao governo da Igreja Romana, adotando parcialmente seus ritos, mas mantendo diversas das suas tradições. O povo britânico, porém, nunca recepcionou “in totum” a submissão à jurisdição romana. Assim, em 1534, a Igreja Anglicana voltou a separar-se da Igreja Romana por decisão do Parlamento após iniciativa do Rei Henrique VIII, por motivos pessoais deste monarca e, também, políticos e econômicos de interesse do Reino.

Assim, o anglicanismo deixou-se influenciar pelo movimento da Reforma, sem deixar de preservar as tradições católicas antigas, que ficaram expressas na liturgia contida no Livro de Oração Comum (The Book of Common Prayer).
No Brasil o anglicanismo chegou em duas etapas: no século XIX: através dos imigrantes que aqui se estabeleceram a partir de 1810 e através do trabalho de missionários norte-americanos a partir de 1889.

Em 1º de junho de 1890, James Watson Morrir e Lucien Lee Kinsolving realizam, na cidade de Porto Alegre, o primeiro ofício religioso do que se chamou na época Igreja Protestante Episcopal no Sul do Estados Unidos do Brasil, que foi o primeiro nome da Igreja Anglicana em terras brasileiras. Depois passou a se chamar Igreja Episcopal Brasileira, Igreja Episcopal do Brasil e ultimamente Igreja Episcopal Anglicana do Brasil.

Os primeiros anglicanos que chegaram no Brasil foram cidadãos britânicos no período Joanino e Império. Eles formaram diversas capelas pelo País. Posteriormente, com a imigração japonesa vieram muitos anglicanos para São Paulo. Em conseqüência disso a maioria dos anglicanos no Estado de São Paulo são de japoneses descendentes.

Quanto aos missionários norte-americanos, em 1890 vieram da Virgínia, nos Estados Unidos, para o Rio Grande do Sul. A Missão Americana emancipou suas igrejas em 1907 e estas se fundiram com as capelas inglesas em 1955, formando posteriormente a Igreja Episcopal Anglicana do Brasil (IEAB), emancipada da Igreja Episcopal dos Estados Unidos da América (ECUSA, hoje TEC) e afilada à Comunhão Anglicana de Canterbury como a sua 19ª província eclesiástica.

A partir de 1990, a Igreja Episcopal Anglicana do Brasil (IEAB) começou a ter problemas internos, pelas mesmas razões havidas nos Estados Unidos. Foi quando apareceram as Igrejas Anglicanas Independentes, denominadas “Igrejas anglicanas continuantes”, que começaram a se formar no Brasil para atender anglicanos que não tinham mais condições de permanecer na Igreja Episcopal Anglicana do Brasil (IEAB). As principais razões desta divisões havidas na Comunhão Anglicana de Canterbury decorreram da aprovação das ordenações femininas e das posturas cada dia mais liberais e relativistas quanto à Fé e à disciplina que se infiltraram nas jurisdições canônicas estabelecidas.
As divisões no Anglicanismo aconteceram assim como em todas as outras denominações cristãs.

Ser anglicano significa...

(Texto afixado na entrada da Catedral de Cantuária – Igreja-Mãe da Comunhão Anglicana de Canterbury

1. Ser parte da Igreja de Cristo, sem excluir ou isolar-se de outros cristãos, participando da vida do povo de Deus, com suas alegrias e tristezas.

2. Pertencer a uma comunidade onde cada pessoa é respeitada em sua individualidade e pode utilizar os seus talentos.

3. Apresentar uma teologia baseada nas Escrituras Sagradas e na Tradição, coerente com a inteligência e com a razão.

4. Estar disposto a celebrar a unidade na diversidade.

5. Considerar com serenidade as Escrituras Sagradas, sem crer que cada passagem deva ser interpretada literalmente.

6. Preferir a liberdade em Cristo, mais que a uniformidade de opiniões.

7. Sentir devoção e reverência pelos Sacramentos, sem tentar definir cada ponto desses grandes mistérios.

8. Conceber o ministério como dever e privilégio de todos os batizados.

9. Insistir na moralidade (aquilo que é bom, edifica) e evitar o moralismo (que define a salvação decorrente de uma conduta e não pela obra de Cristo).

10. Participar da herança apostólica, a fé no Evangelho de Cristo.

11. Ser parte de uma história antiga e sagrada, que se renova a cada dia.

12. Crer que a Igreja é de todos e que todos têm o privilégio de sustentá-la segundo a possibilidade de cada um.